Mais uma vez o Projétil venceu o Expocom Centro-Oeste, com as edições 102 e 103, na categoria Jornal Laboratório, e em setembro estaremos a caminho de Vitória (ES) para concorrer no Expocom Nacional. As edições vencedoras retratam a liberdade e a greve de técnicos/as e professores/as das instituições públicas, respectivamente. Para a equipe desta edição, cabe a responsabilidade de produzir um conteúdo jornalístico digno de premiação, para dar continuidade ao legado do nosso curso, dedicado a produzir um jornalismo comprometido e de qualidade.
Com essa intenção, em sala de aula, “batemos o martelo” em um tema que acreditamos ter relevância nacional. Refletiremos nesta edição, sobre a identificação, em suas várias nuances e processos. Como retratar um tema tão amplo, tão específico, ao mesmo tempo tão diverso, pessoal e coletivo?
Queremos discutir algo que, por muitas vezes, está mais no imaginário coletivo do que na representação material – seja discutido em verbo, seja em visualidade. Afinal, todos temos uma ideia do que é a identificação. Nesta edição, aprofundamos a discussão. Tratamos de identidade, de desígnio, de pertencimento, de definição, de afinidade, de compatibilidade… A identificação inserida, não só na sociedade, mas na da vida de cada pessoa. O ato de identificar-se com algo ou alguém.

O caderno especial “Brasileiragem”, aborda a pluralidade nacional, nossa própria ideia de nação. Provoca a percepção mais clássica da história do Brasil, como o povo brasileiro surgiu e como a música faz parte da nossa identidade coletiva.
A reportagem, “Das telas às entranhas”, discute como o cinema e o audiovisual são capazes de transformar a percepção das pessoas sobre minorias sociais por meio da representatividade – ou a falta dela. “Carnaval em Hollywood”, por sua vez, amplia a discussão ao considerar o impacto histórico e simbólico do filme Ainda Estou Aqui, e o papel de resistência e da denúncia por meio do cinema.
“Jogar com raça”, debate como pessoas pretas lutam contra o racismo atrás de espaço no esporte e em busca de construir identificação mesmo em meio a questões sociais, genéticas e econômicas.
A fé é tratada duas vezes nessa edição, na reportagem “Rezei sua oração, até encontrar a minha” e “Em nome de Deus”. A primeira apresenta como o processo de construção da identidade religiosa é cheio de experiências individuais/coletivas e complexas; e a segunda, discute-se a fé no âmbito político, influenciando políticas públicas e leis e colocando em risco a laicidade do Estado.
O pantanal sul mato-grossense é abordado na reportagem “Entre sanfonas e fronteiras, o som da resistência” e o infográfico do caderno especial apresenta a música como uma das formadoras da identidade nacional. Ainda, trazemos uma temática que geralmente não se pensa quando se fala em identificação: a “Prostituição além das ruas” é uma reportagem que aborda uma das profissões mais antigas do mundo, porém sem o olhar machista que costuma pairar esse temática.
Esperamos que esse Projétil seja enriquecedor e contribua, em alguma medida, para que você, assim como nós, observe a partir de diferentes perspectivas com o que se identifica.
Volte sempre!