Texto: Dayranny Amorim | Gabriel Barbosa | Grazielly Marangon
Ilustração: Grazielly Marangon
Qual é a minha cara? O meu negócio? O meu tempo? Como definir uma identidade única se sou moldado pela diversidade?
Sou o espaço que ocupo, aquilo que me compõe, quem vive em mim; as histórias que me constroem e se transformam constantemente; as diversas culturas que pulsam nas minhas veias; as infinitas belezas que fazem movimentar minhas águas, meus céus, cada grão atômico que me habita.
Sou festa, em resistência, de um povo que brinca escondendo a dor.
Sou um emaranhado, um empilhado, um embolado, um complexo de gente com milhares de medos e sonhos.
Sou filho de Caboclos, de Deus, de Orixás; minha cabeça suporta coroas, louros, guirlandas, tudo em um grande cocar.
Sou cria dos morros e das florestas; o meu folclore abarca cada tradição, lenda, costume que já pisou meus solos e se ajustou à minha realidade complexa, em cada ponto da Rosa dos Ventos, desde o samba baiano até o chamamé sul mato-grossense.
Apesar das influências, venho construindo minha própria estrutura e cada uma dessas edificações definem minhas formas, múltiplas, ilimitadas, inclusive, muitas vezes, a troca delas, consequência do desmatamento.
O “País do futebol”, “O país do carnaval”, “O país dos trópicos”, do esporte à criatividade do jeitinho, ao jogo do bicho, o truco e a sinuca demonstram meu espírito determinado a vencer.
Sou a melhor culinária do mundo, o melhor prato feito em linha reta do planeta. Aqui chega trufa, açafrão e caviar, mas cada mesa posta, cada PF diário, tem arroz, feijão e bife, acompanhado de cerveja barata em uma mesa de boteco.

Sou singular por ser plural.
Confia em mim,
Brasis!