Envelhecer é um processo natural. Pessoas envelhecem todos os dias. Animais ficam velhos. Plantas amadurecem. Alimentos passam do prazo de validade. Bens materiais se tornam obsoletos. O passar do tempo é inevitável e as pessoas lutam contra ele com as estratégias que têm. A mais usada é a arma da lembrança. Lembrar que a senhora de cabelos brancos de hoje já foi uma moça em bailes dançantes. Lembrar que o jovem preocupado e atarefado de hoje já foi uma criança cheia de sonhos. Lembrar que a criança de hoje já foi um ser indefeso.
No ciclo do tempo, a edição 99 do Projétil atravessa diferentes gerações ao longo do segundo semestre de 2022. O conceito de “geração” é complexo, nos apoiamos nas semelhanças entre grupos de pessoas e a posição que ocupam na sociedade. Como um jornal vivo, por onde já passaram diversas gerações do curso de Jornalismo da UFMS, esta edição materializa a ideia em três tempos: começa criança, alcança a juventude e chega à velhice.

As nuances de fases da vida aparecem nas crianças que transformam sua imaginação em música e trabalhos manuais, na reportagem “Infância é arte”; o respeito à diversidade é aprofundado no artigo “As cicatrizes irreversíveis do preconceito”. Dentre as mudanças de comportamentos e sentimentos que perpassam as gerações, cada história é moldada a partir de experiências vividas.
O que será que seu “eu” jovem conversaria com o seu “eu” criança? Você pode se identificar com a crônica “Carta aberta ao meu pequeno eu”. Seguindo em frente, o jornal apresenta a juventude que pode governar o país em “E se eu governasse?”, e problematiza a democracia com a crônica “Uma eleitora entre nós”. A busca pela representatividade é assunto presente na reportagem “Essas mina é monstra, acha que é fácil ser preta?”. No envelhecimento, a carta “Do tempo, para Zelita” relembra a fragilidade da memória e a brevidade da vida, contraposta pela reportagem “Vidas, sonhos e planos depois dos 60”.
De gerações em gerações mantemos o hábito de nos relacionar com pessoas que possuem interesses semelhantes aos nossos. Assim, vivemos em uma bolha social, nos anulando de outras perspectivas de vida e, consequentemente, de possíveis interações com a diversidade humana. A edição 99 do Projétil te convida a furar essa bolha.
Boa leitura!