Metamorfose do cotidiano

Sociedade vive processo de transformação e adaptação

Reportagem Fotográfica: Bianca Tobin, Karine Gonçalves Santos, Lidiane Antunes, Thauna Luares e Vinícius Reis


Refúgio

Toc toc, toc
– É aqui que mora o isolamento social?
Quem imaginaria, no início do ano, que teríamos de nos esconder em casa para fugir de um intruso? Um estranho, invisível a olho nu, que mudou nosso jeito de viver e enxergar o mundo. Junto dele vieram diversos sentimentos. Medo, desconforto, confusão, solidão, dúvida, mas também adaptação, solidariedade, amor e bravura.

(Re)aprendizagem

Quando tivemos de entrar em quarentena, diversas dúvidas assolaram nossa mente. Como seria essa nova rotina, longe de pessoas que amamos e sem poder fazer coisas com as quais estávamos acostumados? Mas logo percebemos que estar em isolamento social não significa se afastar de tudo nem de todos, muito menos do afeto daqueles que queremos por perto. Pelo contrário, o contato, mesmo que media-
do tecnologicamente, é necessário para desviar de todos os sentimentos ruins que por vezes teimam em nos invadir.
Foi preciso cultivar novos hábitos de viver. Ao aprender coisas novas, surgem as dúvidas, que não são poucas. E mesmo sendo difícil mudar tão repentinamente, estamos tentamos.

Sem parar

Mas, e quem não pode deixar de trabalhar? E quem é incrédulo sobre os riscos da doença? Basta olhar lá fora para ver que a cidade fica parada, mas sem parar.
Isso por um lado nos mostra que somos completamente dependentes, de diversas pessoas em nosso dia-a-dia. São os trabalhadores dos chamados ‘serviços essenciais’, que mantém funcionando hospitais, supermercados, farmácias, segurança, transportes, limpeza urbana, funerárias e muitos outros. Eles não nos deixam esquecer que vivemos comunitariamente. Mas as ruas também estão cheias de pessoas
que não deveriam estar lá.
– Ah, mas é só um churrasco com a família!
– É só futebol entre amigos, não tem problema.
– Lá no shopping é sossegado.
Hábitos que evidenciam o quanto alguns se importam mais consigo que com a coletividade. Mesmo com todas essas situações, seguiremos em frente nesse novo caminho. Esperando que tudo volte à normalidade. Mas… o que será ‘normal’?