Reportagem Fotográfica: Amanda Melgaço | Giovanna Esperidião | Isabella Procópio | Maria Eduarda Metram
Texto: Maria Eduarda Boin


Quando pensamos nas formas em que o Mato Grosso do Sul é retratado em outros cantos do Brasil – indagações que permeiam o tema dessa edição do Projétil – uma das respostas que vem a mente está relacionada com a inegável beleza de se viver em cidades cheias, ou quase cheias, ou quase vazias também, de belezas pantaneiras; ou dos irônicos questionamentos “vocês vão para os lugares de barco?” e “as onças atravessam nas avenidas da cidade?” Onças não, mas capivaras sim.
Pode parecer muito engraçado, ou mais ainda, muito bonito, viver em uma capital em que ver araras, tucanos, capivaras e jacarés seja rotina. Ou em cidades interioranas, em que o Pantanal se faz tão presente quanto o concreto e a brita. Entretanto, o que está por trás de um bioma que, mesmo com 138.183km², aparece espalhado pelas cidades do Mato Grosso do Sul?



Essa presença parece atender a paráfrase da música do cantor Ney Matogrosso (do Sul): se ficar o fogo mata, se correr o cimento come. Será que as características do Pantanal que aparecem pelo estado têm só relação com a proximidade ou também com a falta de leis ambientais que asseguram a continuidade da maior área alagável do planeta? Ou, talvez, com as queimadas que, segundo o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em 2020, devastaram 4.3 milhões de hectares do Pantanal.
A verdade é que pode ser especial achar que tudo aqui é Pantanal. Não é. A expectativa das fotos a seguir, de beleza inegável, é de que estamos abrigados neste bioma, mas a realidade pode estar – ou está – a sete palmos abaixo dessa terra vermelha.
