Ao longo de 30 anos de Projétil, de Pedrossian a Zeca do PT, passando pelo Capitão Contar, novos líderes políticos assumiram, seguindo os velhos costumes. Apesar de Simone Tebet, Tereza Cristina e Camila Jara, as mulheres continuam como coadjuvantes. O Projétil 100 resgata o cenário político de MS a partir dos principais marcos políticos veiculados nas edições anteriores
Texto: Enzo Pereira | Idaicy Solano | Marina Gabriely
Ao longo de 30 anos de Projétil, de Pedrossian a Zeca do PT, passando pelo Capitão Contar, novos líderes políticos assumiram, seguindo os velhos costumes. Apesar de Simone Tebet, Tereza Cristina e Camila Jara, as mulheres continuam como coadjuvantes. O Projétil 100 resgata o cenário político de MS a partir dos principais marcos políticos veiculados nas edições anteriores
O homem branco, heterossexual, de 47 anos, cravou sua história nas terras do antigo estado de Mato Grosso (MT). Quando o território se dividiu, em 1977, Mato Grosso do Sul (MS) recebeu de herança as raízes da direita conservadora. Na época, o estado de MT era governado pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido criado em 1965 como base política do regime militar, tendo o Movimento Democrático Brasileiro (PMDB, atual MDB) como oposição. A divisão deixou para MS a rixa das principais lideranças partidárias da época, com a missão de reestruturar a dinâmica de interação política na nova unidade de federação. “A ARENA dominava e no interior dela haviam disputas muito fortes”, explica o cientista político Daniel Miranda.
De lá pra cá, a política colhe os frutos das raízes deixadas por antigos nomes, que ainda podem ser encontrados no poder por meio de seus descendentes. Em contrapartida, novos rostos surgem, remando contra a maré.
A primeira manchete do Projétil, “A nova jogada das velhas alianças”, já debatia o contexto da velha política em conflito com o novo. Os intertítulos da matéria a seguir foram retirados de grandes manchetes que retrataram o cenário político da região, ao longo das últimas 99 edições deste jornal.
“O estrelismo do governador”
Em 1991, ano de lançamento do Projétil, a Assembléia Legislativa oficializou o estrelismo do, até então governador, Pedro Pedrosssian, ao instituir o Projeto de Lei 2.214, que colocava a estrela de cinco pontas, marca registrada das campanhas políticas de Pedrossian, como símbolo oficial do Estado. O plenário aprovou a proposta com a oposição de apenas quatro votos. A nova identidade visual foi fortemente defendida pelo secretário adjunto de comunicação do estado da época, Oscar Ramos Gaspar, pois era “bonito e moderno, uma marca dinâmica e estilizada”, como ele declarou ao Projétil em 1991.
Após seu terceiro mandato como governador, em 1996, Pedro Pedrossian subiu no salto – se é que um dia desceu – e saiu em disputa pela prefeitura de Campo Grande, com André Puccinelli (MDB) na oposição. Grande no Governo do Estado, Pedrossian cantou vitória antes do tempo. “Perguntaram para ele, ‘quem você acha que vai com você para o segundo turno?’, ele falou ‘se tiver segundo turno, porque eu pretendo ganhar no primeiro’, e não foi nem para o segundo”, relembra o cientista político.
A disputa entre o velho e o novo é lembrada como a “eleição dos 411 votos”, que foi a diferença que consagrou Puccinelli como o 60º prefeito da Capital. A diferença de votos foi irrisória e não chegou nem a 1%. “Foi uma disputa muito pesada. Eleições nos anos 90 era uma baixaria sem fim”, comenta Miranda.
Com a derrota de Pedrossian, o estado abriu as portas para novas figuras políticas em ascensão, com Puccinelli na prefeitura de Campo Grande e Zeca do PT no Governo do Estado, em 1999. Apesar de outros nomes e partidos conquistarem um lugar ao sol, o perfil daquele homem branco de meia idade permanece, ainda, intacto e inabalável.
“O jogo de cena na terra dos compadres”
Para entender a “queda dos gigantes”, precisamos voltar a 1995. Wilson Barbosa Martins (MDB) assumiu o Governo do Estado, após dois mandatos seguidos de Pedro Pedrossian. Martins foi chefe do Legislativo até as eleições de 1998, quando Zeca do PT lançou sua candidatura ao governo. Impopular, Martins decidiu não concorrer nas eleições gerais daquele ano. Em vez de seguir o partido, ele apoiou Ricardo Bacchi, que saiu candidato pelo PSDB. “Não agradou muito o PMDB, então eles meio que marcharam desunidos. E o Pedrossian lançou também a candidatura dele”, explica Miranda.
O que levou Bacchi à derrota, além da desunião entre os partidos, foi declarar que não precisava de apoio dos pedrossianistas, porque representavam a velha política. A fala desagradou Pedrossian, que apoiou o candidato Zeca do PT. O cientista político lembra que as circunstâncias levaram Zeca para o segundo turno, atrás de Bacchi. “Aconteceu igual em 2022, que teve o Riedel (PSDB) indo pro segundo turno atrás do Contar (PRTB) e ganhando. O Zeca foi atrás do Bacchi e conseguiu virar com esse apoio da direita”.
“Como contar estrelas”
Assim entramos nos anos 2000. Ao som dos fogos de artifícios das festas de ano novo, o Partido dos Trabalhadores (PT) caminhava para se tornar uma grande potência política no cenário brasileiro e, pela primeira e única vez, emplacou um governador no estado. Contudo, MS entrou no novo milênio com pouca expressão no Congresso e empacado politicamente. A sensação perene de estar à sombra de seu estado irmão, MT, era forte em boa parte da sociedade. Conforme observou a reportagem do Projétil na edição 27, faltava ao recém-governo um comprometimento para aplicar os projetos prometidos. O tesouro do estado era gasto com quitações de dívidas com a União e no salário atrasado de servidores, deixados pelos antecessores. Não sobrava espaço para investimentos em outras áreas. “O desenvolvimento requer um planejamento adequado, isso aqui não tem” declarou Ramez Tebet, senador na época, para equipe do Projétil.
Em meio a um cenário de crescimento tímido, a campanha “Muda MS”, de Zeca, se dizia contra toda a política velha e coronelista. Mas, na prática, o exercício do mandato não agradou importantes aliados e fortaleceu o governo de oposição do PSDB e MDB. Para o advogado e aliado de campanha Carmelino Rezende, a “mudança de verdade” não veio. “Disse que ia mudar a substância, mas mudou só a aparência”, declarou o advogado para a equipe de reportagem em 2000. O descontentamento vinha também de categorias importantes, como os professores e a segurança pública.
“Se não houver aumento dos salários, o PT não ganha mais no Estado”, enfatizou a professora estadual Joice Soler de Souza para a edição 29. A fala foi quase uma premonição: o partido saiu e até hoje não subiu novamente ao palanque do governador.
“O PT teve uma retração muito forte aqui”, observa Miranda.
O partido conseguiu se reeleger em 2003, mas o futuro não foi amigável. “Uma vez que eles já estavam no poder, é difícil você desbancar um governador”, afirma o cientista político, que lembra da ‘máquina eleitoral’ inabalável de quem está no poder. Apesar dos descontentamentos, o governo tinha aprovação popular. Zeca venceu a disputa acirrada contra a candidata Marisa Serrano do PSDB.
“A esquerda tropeça e André entra no ritmo”
André Puccinelli (MDB) engatou quatro mandatos seguidos e se consolidou como uma importante figura política regional. Prefeito da capital do MS por duas vezes, ascendeu a governador em 2006. Sua popularidade foi tão avassaladora que em 2010 ele se reelegeu no primeiro turno, com 55,99% dos votos válidos. No contexto geral, a promessa da mudança e progresso não vieram. Puccinelli se envolveu em polêmicas, processos de corrupção, operações da Polícia Federal, como a “Papiros de Lama”, a “Lama Asfáltica”, e duas prisões. Apesar da criação da Lei Complementar nº. 135 de 2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa, o ex-governador não se tornou inelegível. O processo não chegou à segunda instância e suas prisões foram temporárias. Em 2022, com apoio do partido, Puccinelli se candidatou novamente, mas não chegou ao segundo turno. Sua popularidade não foi o suficiente para derrotar o sucessor de Reinaldo Azambuja (PSDB). Antes dele, Zeca também havia tentado um terceiro mandato em 2010. Um jogo de egos?
Zeca e Puccinelli foram figuras emblemáticas e dominantes dentro de seus respectivos partidos, que perderam o passo e se retraíram no estado. O MDB foi aliado e estava à frente do PSDB, até a virada.
“A esquerda tropeça e André entra no ritmo”
Criado em junho de 1988, o PSDB tinha forte influência no Brasil, mas entrou em derrocada após o candidato à presidência Aécio Neves perder as eleições gerais de 2014 para Dilma Rousseff (PT). O partido enfraqueceu nos principais polos políticos nacionais, como São Paulo e Minas Gerais. Em contrapartida, no MS, o partido segue em evidência. A ambição e a liderança de Azambuja, aparentemente, alavancaram a imagem do partido no cenário regional. Exemplo disto é a eleição para governador de Eduardo Riedel, seu sucessor, em 2022. Atualmente, o PSDB tem 37 prefeitos, 243 vereadores, três deputados federais, seis deputados estaduais e um governador. Foi a terceira vez seguida que alguém do partido foi eleito para governar o estado.
“Território ocupado?”
A afirmação que o MS é um estado conservador soa como verdade absoluta, mas para o cientista político Miranda, não é possível deduzir isso apenas pelo perfil do eleitorado. Os partidos criam a chamada máquina eleitoral, que é um sistema, que estabiliza uma base de influência eleitoral, que se torna uma garantia de eleitores cativos. No Estado, os partidos de direita fizeram isso.
O agronegócio tem grande participação, visto que os grandes proprietários de terra demandam espaço na política. “Aqui tem muitas organizações de sindicatos e organizações rurais ligadas ao agronegócio, que têm recursos que influenciam na política”, afirma o cientista político. A partir das eleições gerais de 2018, no Brasil e em MS, criou-se uma forte polarização entre bolsonarismo e petismo.
Conheça nossas representantes
“Mato Grosso do Sul é um Estado que não elege mulheres”, aponta Miranda. O irônico, é que as figuras mais influentes no cenário nacional em 2023 são, justamente, as mulheres
A briga de raposas sempre foi entre homens, mas a atual ministra de Planejamento e Orçamento Simone Tebet, a senadoras Soraya Thronicke (União Brasil), eleita em 2018, a senadora Tereza Cristina (PP), a deputada federal Camila Jara (PT), eleitas em 2022 e a vereadora Luiza Ribeiro (PT), que assumiu o cargo em 2023, chegaram mais longe nacionalmente, com uma coisa em comum: o berço sul-mato-grossense.
Na edição 18 do Projétil, em 1995, as mulheres que ocupavam cargos políticos na época foram entrevistadas pela equipe de reportagem e instigadas a responder três perguntas. 28 anos após a edição, entrevistamos nossas atuais representantes, e repetimos as mesmas perguntas. A reportagem entrou em contato com a atual ministra de Planejamento e Orçamento Simone Tebet, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.
Camila Jara

Camila Jara: Deputada Federal
Por que a política?
O exemplo de dentro de casa. Venho de uma família em que é normal discutir política na mesa do almoço e isso desde quando eu era criança. Sou neta de assentados, da região de Bodoquena. Por parte de pai, minha avó, Narciza, é uma das fundadoras do grupo de mães do bairro onde morava aqui em Campo Grande, mãe solo, criou sozinha meu pai e minha tia, e com essa iniciativa do clube de mães conseguiu melhorias significativas para região, como um posto de saúde. Meus pais também são militantes, minha mãe é professora, sempre lutou pela educação, meu pai é jornalista, sempre lutou pela democracia, e eles se conheceram na militância. Desde bem novinha participava com eles das passeatas, greves, campanha política, então foi um desejo que surgiu naturalmente, principalmente depois que fui fazer faculdade e cursar Ciências Políticas. Esse grupo de jovens estudantes da militância acadêmica estava insatisfeito com muitas questões e cansado já também de recorrer aos representantes, vereadores, deputados e não ter as demandas atendidas ou solucionadas, foi quando nos reunimos e decidimos construir um projeto coletivamente e o meu nome foi o escolhido para representar esse projeto, daí veio a campanha para vereadora, todo o trabalho na Câmara Municipal e agora na Câmara Federal.
Um projeto importante
Nosso mandato não apresenta projeto por apresentar, só para ter números, tudo o que construímos foi de forma coletiva, ouvindo as pessoas, entendendo suas demandas, suas dores, então fica difícil dizer que tem algo que é mais importante, mas acredito que o Programa de Dignidade Menstrual é bem relevante. Foi um projeto que nasceu a partir de um grupo de meninas que nos procurou, nós fomos até as comunidades vulneráveis e nos deparamos com aquela realidade de pobreza menstrual, de falta de acesso a itens básicos de higiene, tivemos muitos relatos de mães que abandonaram os estudos porque na época não tinham acesso a absorventes e que suas filhas estavam passando pela mesma situação. Mas agora isso mudou, os absorventes já estão sendo distribuídos nas escolas, estudantes que menstruam vão parar de faltar aula, vão continuar estudando, aumentando as chances de conseguir um emprego melhor e quebrar o ciclo da pobreza.
Uma luta política
A redução das desigualdades. Um problema com raízes tão profundas, consequências muito complexas e que precisa mesmo de muita força e muita luta para para ser mudado. É isso que me move: transformar a vida das pessoas.
Soraya Trhonicke

Soraya Thronicke: Senadora
Por que a política?
O que mais me motivou a entrar para a política foi perceber que a mudança pela qual eu tanto lutava nos movimentos de rua, dependia também de mim. Que não adianta ficar só reclamando sem ter coragem de colocar a cara, de enfrentar a urna, de ter a caneta na mão para ajudar a melhorar o nosso país. É preciso sair da fila dos que reclamam para entrar na fila dos que fazem!
Um projeto importante
Tenho muitas propostas que considero importantes, especialmente projetos para aumentar a proteção e combater a violência contra a mulher, que tornam as punições mais rigorosas em casos de abusos contra crianças, adolescentes e idosos e também de proteção aos animais. Além disso, atuo bastante em questões de direito de família e sucessões e também na área econômica, sempre primando pelo liberalismo. Projeto de lei é quase como um filho, não tem como escolher um preferido.
Uma luta política
Tenho lutas todos os dias para representar a população do meu estado e também do Brasil, além de defender que o espaço das mulheres seja respeitado, especialmente na política. Passei pela experiência de duas campanhas eleitorais (para o Senado Federal e para a Presidência da República), e posso garantir que não é fácil para nós mulheres estar nesse meio em que ainda há muitas situações de violência política de gênero. Tornar esse ambiente da política mais respeitoso para as mulheres é uma das minhas principais lutas.
Luiza Ribeiro

Luiza Ribeiro: Vereadora
Por que a política?
Eu sempre fui uma militante política, nunca fui uma pessoa para cargos eletivos. Só que em 2012, o partido que eu militava precisava de uma pessoa e eu só fui filiada nesse partido. Quando ele era PPS eu fui candidata e consegui me eleger. Fiz um mandato aqui de 2013 a 2016. Foi um mandato bastante difícil, porque foi um momento que a cidade se mexeu bastante e foi a primeira vez que nós tivemos a cassação de um prefeito. Por incrível que pareça, não era a cassação merecida. A gente lutou muito contra isso, porque na verdade era uma perseguição política dos grupos mais racionais da política sul-mato-grossense que não conseguiram eleger o seu candidato. E mais, foi muito traumático tudo isso. E aí agora eu voltei, né? Eu fiquei suplente na bancada do PT e com a eleição da Camila Jara eu voltei aqui para a Câmara e eu estou filiada ao PT desde 2018.
Um projeto importante
Outro projeto importante que a gente tem é o tombamento do Parque dos Poderes, do Parque Estadual do Prosa e do Parque das Nações Indígenas, o complexo de parques que existem aqui na nossa cidade, e nós estamos propondo uma lei de tombamento que compreende os aspectos ambientais, culturais, históricos, arquitetônicos. Então assim, aquele conjunto de bens não tem nenhuma proteção hoje. Algumas áreas tem uma proteção de uma lei estadual, por exemplo, o Parque do Prosa é uma reserva, então de alguma maneira tem uma lei que protege como reserva, mas os demais, inclusive esse, embora tenha reserva e um coletivo para cuidar dessa reserva, a gente ainda vê ela muito destruída. Então, na verdade, a gente precisa de uma lei que fale para todo mundo que aquele é um patrimônio que a gente quer preservar para sempre, então o tombamento tem essa função.
Uma luta política
A luta pelo acesso à educação infantil para todas as crianças. É uma vergonha essa cidade. A educação infantil é uma etapa da formação, da educação formal da criança, está lá na Constituição que a criança tem direito, até os três anos de idade, mas assim, dos seis meses aos três anos de idade, ela tem direito à creche. É um tempo de muito desenvolvimento da criança, é muito importante. Os primeiros mil dias de nascimento dessa criança é muito importante para ela se desenvolver, para ela se formar e aqui em Campo Grande é uma vergonha.
Tereza Cristina

Tereza Cristina: Senadora
Por que a política?
A ligação com a política no MS vem de família. Fui certamente motivada, mesmo sem ter consciência disso, pelo fato de meus antepassados, bisavô e avô, terem sido políticos ainda quando o Mato Grosso era um único Estado. Sempre fui muito ligada à terra e sensível às dificuldades do meio rural, até por ser engenheira agrônoma. Sempre quis ajudar os produtores rurais, principalmente os pequenos, que enfrentam muitos obstáculos para produzir e gerar renda.
Um projeto importante
Destaco a inclusão no campo, com a entrega de mais de 440 mil títulos, de 2019 a 2022, para assentados da reforma agrária e produtores ocupantes de terras públicas federais. Esse é um projeto importante que merece ter continuidade, porque reforma agrária não se faz com invasão de propriedades, isso é um crime. Reforma agrária é também legalizar os assentamentos, oferecer crédito e apoio para produção.
Uma luta política
Nada é uma conquista fácil, tudo envolve luta e decisão política. Estamos, por exemplo, desde 2019, tentando efetivar o Acordo Mercosul – União Europeia, do qual participei como negociadora pelo lado brasileiro. Temos uma agricultura tropical, tecnológica e sustentável, que é temida e respeitada em todo o mundo. Temos de continuar mostrando que temos uma agropecuária moderna e sustentável, graças ao trabalho de pesquisa da Embrapa e também das nossas universidades. Não existiria a agricultura tropical que temos hoje, altamente produtiva, com três safras ao ano, se não tivéssemos a ciência ao nosso lado.